terça-feira, 16 de novembro de 2010

Enganos banhados de Champagne

Aqui estou. Sentada na cama, o quarto revirado e os sentimentos todos jogados pela janela. Na mão, vestígios quebrados e amassados que agora não passam de meras más lembranças. Tudo que eu quero esquecer.
O chiado do rádio entrando em minha mente com uma música ao fundo. "...Você nem pode tá falando sério, vivi pra você, morri pra você. Pois então vai, a porta esteve aberta o tempo todo, sai...".
Cacos daquele porta-retrato me cortam os pés, mas o sangue que escorre pelo chão não parece ser tão importante nesse momento. A foto, do outro lado do quarto, dividida ao meio já não faz nenhum sentido. E aquele lindo ursinho de pelúcia, agora estrangulado, parece sofrer.
Em minha cabeça, memórias em disparada confirmam que toda a minha vida não passa de uma ilusão. "...Nesse conto de farsas o final pode não ser tão feliz assim, um caminho pra escolher, ela sabe que pode se arrepender...".
Em um quadro torto, recortes de jornais pendurados me lembram da prosperidade de meu trabalho. Grandes conquistas, grandes viagens e tudo muito distante.
Nos cantos do quarto, garrafas jogadas com restos de bebidas alcoólicas e potes de analgésicos. Uma bagunça.
Mas essa bagunça não vai ser arrumada. Pelo menos não por mim. Hora de sair para outra festa, mas, dessa vez, não na minha casa.

Proposta de redação: Nem tudo é o que parece.

domingo, 8 de agosto de 2010

Tio...

Como eu queria expressar meus sentimentos com palavras. Dizer que você sempre foi um pai pra mim não é o bastante... Há 15 anos, eu já queria te dizer feliz dia dos pais, mesmo não sabendo falar. Exatamente 15 anos atrás, você já era meu pai.
Parei para escrever essa carta com o intuito de te emocionar, mas mal comecei e já estou chorando...
Obrigada por trocar minhas fraldas, quando você tinha apenas 18 anos e deveria estar curtindo a vida...
Obrigada por brincar comigo de jogos até quando você estava cansado de estudar...
Obrigada por agüentar brincar comigo de “papai Noel” mesmo eu sendo pesada demais pra você me carregar nas costas...
Obrigada por me salvar de uma bronca e tanto da minha avó, e me levar para dar uma volta de pijama e tudo...
Obrigada por me levar em todos os parques que vieram à cidade...
Obrigada por me apresentar a melhor tia que eu poderia ter... E obrigada por se casar com ela...
Obrigada por me buscar nas festas de madrugada...
Obrigada pelas broncas que mereci...
Obrigada por me ensinar como é importante escolher bem a profissão, e obrigada por me ajudar a encontrar a melhor opção.
Obrigada por me ensinar a andar de bicicleta...
Obrigada por me dizer que estou gordinha demais, e que tenho que parar de comer doces...
Obrigada por ter me ajudado nas lições de casa...
Obrigada por me aceitar cantar com você quando eu acordava e você estava treinando violão...
Obrigada por me levar à Bonfim sempre... Você sabe que eu adoro ir lá...
Obrigada por me ajudar quando havia brigas aqui em casa.
Obrigada por me ensinar a andar a cavalo e me ajudar a perder o medo.
Obrigada por fazer o impossível para me ver feliz...
E me sinto na obrigação de pedir desculpas por algumas coisas também:
Desculpe-me por chorar sem motivos e fazer birras que ninguém agüentava.
Desculpe-me por ter tantos ciúmes de você...
Desculpe-me por gostar tanto de dança de rua e não escutar os seus conselhos para parar com essas benditas aulas...
Desculpe-me de todas as vezes em que chorei por você não ter cumprido com algo prometido... Eu deveria ter entendido seus motivos...
Desculpe-me por namorar mesmo sendo tão nova...
Desculpe-me por não comer de tudo. Você não sabe o quanto eu gostaria de melhorar isso...
Desculpe-me por ficar de recuperação pela primeira vez... Eu deveria ter me esforçado mais...
Desculpe-me por tudo de ruim que já fiz até hoje.

Hoje, mais do que nunca, percebi quem realmente é meu pai. Eu não teria como escrever duas linhas de agradecimentos e desculpas, se fosse para citar momentos tidos com meu pai biológico. Logo após terminar essa carta, vou ligar para ele e o máximo que conseguirei dizer é: feliz dia dos pais. E como disse ali em cima, isso é muito pouco para te dizer.
Esse presente que estou te dando esse ano, é uma coisa totalmente simbólica. Ela diz exatamente tudo o que eu queria conseguir escrever. Você, na minha colação de grau, como MEU PAI. Era VOCÊ que estava lá para me apoiar. Era VOCÊ que eu realmente queria me apoiando.
Hoje estou mais tranqüila... Percebi que nunca mais vou chorar pelo meu pai biológico... Eu tenho tudo que eu quero bem aqui perto de mim. Não preciso viajar durante 7 horas para poder ver meu pai, basta eu atravessar umas 5 ruas...
Tio, te amo muito, e estou feliz em te dizer, pela 15ª vez, FELIZ DIA DOS PAIS.

domingo, 25 de julho de 2010

Ultimamente estou nadando em um rio sem criatividade. Meu cérebro está em forma de Mickey, assim como tudo que eu vi nos últimos 15 dias. As aulas estão voltando e os livros estão me obrigando a aprender o que vai me ser cobrado semana que vem. A família ganhou um novo membro, um cachorro, que faz suas necessidades em todo lugar que seja impossível de limpar completamente. Eu, genuinamente, ganhei uma dor de garganta dos infernos por andar debaixo de um sol de 40 graus e depois entrar em um ar condicionado de 20 graus durante toda minha viagem. Ganhei também um monte de tranqueira que julguei válida comprar como lembrança e que agora não sei onde colocar. Junto com o boletim, veio um belo castigo que vai me fazer abandonar o computador, e conseqüentemente o blog, por um bom tempo. Ah, e uma grande saudade também está embrulhadinha por aqui em algum lugar.
Por mais que esteja com saudades de algumas pessoas, admito que outras não quero ver tão rápido assim.
Passar alguns dias fora me fez refletir sobre algumas amizades.
Acho que preciso acordar agora... Meu mundo foi inteiramente mágico por grande parte das férias, mas agora, nem me fantasiar de Pato Donald e ir desfilar no Magic Kingdom vai me salvar da realidade. Mas foi muito bom me purificar de tudo...
15 dias sem internet. 15 dias sem celular. 15 dias sem família. 15 dias sem namorado. 15 dias só com alguns conhecidos, e no mínimo, uns 5 amigos. 15 dias de pura diversão. 15 dias sem pensar na minha vida...
Foi ótimo, mas estou feliz em finalmente dizer que estou de volta...

terça-feira, 6 de julho de 2010

We are each a beautiful snowflake that will melt in Hell

Hoje teremos um texto por Mateus, cujos interesses incluem reclamar, achar defeitos em tudo e escrever textos gigantes.
 
Bio: Especial, com sonhos, gosta de se divertir. Descrição: Altas esperanças, feliz, único.
Você é único. Você é especial. Você vai ser alguém na vida e você vai fazer alguma diferença. Você resiste a modinhas. Você é um indivíduo separado dos outros, com gostos únicos e pensamentos próprios. Você não é influenciado pela mídia e forma suas próprias opiniões. Você não é manipulado por uma religião ou pela classe dominante, e você não segue a rotina.

O problema é que ou todos são especiais e únicos, ou ninguém é tão especial e único assim. Encare o fato que você segue modas e tem comportamento de bando para se encaixar. Encare o fato que talvez você não seja tão diferente dos outros como pensava, e que seus gostos e pensamentos são meramente espelhados em pessoas que você admira, ou até mesmo pessoas do cotidiano. Encare que suas opiniões são provavelmente formadas por algum especialista de São Paulo ou televangelista no Rio de Janeiro, e suas idéias, uma citação de algum filósofo que já morreu. Encare o fato que a religião e ideologias em que você foi criado muito provavelmente irão influenciar suas decisões futuras e encare o fato que você é um robô da rotina, sim, na maioria dos seus dias. Pelo Amor, todas as nossas ações se refletem na rotina, e aqueles que não a seguem são ditos desleixados, preguiçosos ou bêbados.

Bêbados, aliás, porque o simples entender desses fatos cria uma sensação de impotência em face do futuro, o que leva a pessoa a querer se divertir enquanto há tempo. Carpe diem, dizem. Carpe diem, porque a vida é curta, e a morte, certa. Carpe diem, porque todo mundo te diz o que você deve fazer para ter uma boa vida, e nenhuma das alternativas parece boa o suficiente e todas parecem ser vagas. Algumas delas incluem: Ser feliz, ser rico, ser famoso, ter uma família, ter uma crença, ter um emprego, ser uma boa pessoa, amar. Crises nascem quando a meta principal de certa pessoa não se cumpre até o tempo que ela pensava que já as teria alcançado. Carpe diem, porque ninguém fez um manual de instruções para a vida.

Talvez eu esteja errado. Não tenho muita experiência de vida, afinal. Talvez eu esteja vendo a realidade através de olhos manchados pela opinião equívoca de alguém que só observou os acontecimentos do lado de fora. Olhos manchados, mas olhos de uma geração que, durante anos, foi dita por pais e professores que um dia seria melhor que todo mundo, e que seria a geração que salvaria o mundo manchado pelas mãos de inúmeras gerações passadas. A geração que poderia ser o que quisesse, e seria feliz. Uma geração de pessoas inteligentes, que faria a diferença, que traria felicidade e conhecimento ao novo mundo, um mundo de amor e união.

Talvez as coisas realmente mudarão e são pessoas com pensamento como o meu que atrasam o progresso. Talvez as pessoas realmente lutem contra a rotina de um modo benigno e tenham idéias novas, filosofias positivas, e talvez sejamos mesmo a geração que trará mudança ao mundo. E esse pensamente é confortante, e fique sabendo, caro leitor que, por mais cético que sejam meus ideais, conflitos internos ainda me assombram. Por exemplo, Deus não existe, mas acredito Nela. Não acredito no Amor, mas estou amando. Vai entender.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Produção em massa

Sou daquelas que não pensa antes de agir e depois encara as conseqüências. Odeio esquecer de perguntar pra mim mesma se vale a pena, isso é realmente horrível.
Sou daquelas que não passam vontade e fazem o que querem. Não consigo ver uma coisa, querer, e não ir tentar conseguir. Mesmo se for uma coisa ruim.
JUST DO IT. Não é tão difícil assim. Admito que passo alguns apertos, mas é a melhor forma de viver a vida.
Quando você deixa de fazer alguma coisa que quer, deixa de viver a vida da sua maneira.
Prometo pra você que é muito melhor ter aquele friozinho na barriga de fazer algo sem pensar no amanhã do que a segurança e a monotonia do esperado.
Não gosto de nada que seja padrão. Odeio todo mundo igual, todo mundo fazendo as mesmas coisas. Até parece que somos robôs procurando um lugar no horizonte, e para isso temos que ter uma rotina perfeita. Muito mais legal ser eu mesma. Sério.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Só fique sabendo que...

Ela está apaixonada, mas não podia estar. Tinha jurado para si mesma que não ia cair na conversa dele. Ela tem medo de se apaixonar, tem medo de se machucar. Ele prometeu nunca magoá-la, mas já prometeram isso antes.
Um sentimento novo. Ela chora de saudades, não consegue ficar sem falar com ele. Não consegue parar de pensar nele.
A menina escreve uma carta, quer contar o que sente. Não sabe como escrever, não sabe como descrever o quanto ele é importante para ela.
É por ele que ela deixa de dormir para pensar. É por ele que ela deixa de estudar para poder vê-lo. É por ele que ela deixa de cuidar de si mesma para cuidar dele. É simplesmente por ele que ela está vivendo dessa maneira.
Ele diz amá-la, mas ela não sabe o quanto. Só sabe a dimensão de seu próprio sentimento, o que a deixa com mais medo ainda. Se ele gostasse dela da mesma forma seria tudo tão mais simples...
Ela não sabe o que fazer, não sabe o que dizer nem escrever.
O menino recebe a carta, que claramente dizia apenas o que ele realmente precisava saber:
EU TE AMO.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Baby, baby, baby oooh

Ah, e eu continuo cantando essa música... Desde a hora do almoço, quando ouvi essa pérola no rádio, ela penetrou na minha cabeça e não pára de me assombrar. Acho que eu não ligaria se eu não odiasse tanto.
Eu gostava mais dele quando não era famoso. Ele era só um menino fofinho que cantava e postava vídeos no youtube. Depois da fama, fica dizendo que adora as meninas pegando no pé dele e gritando o seu nome. Blá blá blá. Não ligo mais, simplesmente não suporto mais ele.
O menino, mais velho que eu, tem a mentalidade de uma criança. E uma criança chata, ainda por cima.
A cada 10 pessoas que conheço, 8 falam mal dele. Mas mesmo assim, as 10 conhecem e cantam a música chatinha. A música que só toca nas rádios por causa de 2 a cada 10 pessoas. Me dá raiva, sério.
A fama estraga as pessoas, cada vez mais. Veja a Cacau e o Eliéser como outro exemplo. Esses dias, em uma festa, estavam com uns 10 seguranças... Mal sabem eles que em alguns meses, ninguém nem vai lembrar de sua existência. Fora que o casal não durará muito tempo também.
Alguém lembra de TODOS os participantes do BBB1? Não né? É uma fama temporária, mas que sobe na cabeça das pessoas da mesma forma.
E aqueles que fazem tudo por fama? Realmente acreditam que dinheiro compra tudo?
É, eu acredito que dinheiro compre muita coisa. Mas não tenho o conhecimento de tudo pra saber se pode ser comprado.
Ai ai, a fama... Cada vez mais perigosa, cada vez mais questionada por todos. Cada vez mais desejada.
Quer saber o que fazer para ter fama? Tira a roupa e vai pro BBB.